Jovens pagam para usar áreas de rolezinhos da Prefeitura

Para usar clubes da comunidade de São Paulo, jovens da periferia pagam mensalidades de até R$ 86

Jovens se encontram no rolezinho do shopping Metro Itaquera: Haddad quer colocar iluminação nesses centros e permitir os encontros que jovens passaram a fazer em shoppings
São Paulo - Para usar clubes da comunidade (CDCs) da Prefeitura de São Paulo, jovens da periferia pagam mensalidades de até R$ 86. Quem recebe o dinheiro são patronos de times de futebol de várzea que mandam e desmandam em espaços públicos.
Em regiões carentes e sem opções de lazer, esses times transformaram clubes reformados recentemente pelo governo em franquias de escolinhas do Corinthians e do Santos. Alguns têm bares com shows de pagode nos fins de semana. Só entra quem pode pagar.
Pela primeira vez em três décadas, o governo municipal quer reassumir os CDCs e transformar alguns deles em "rolezódromos" para jovens e adolescentes realizarem bailes funk. Ao todo, são 298 clubes da comunidade na capital.
Em pelo menos sete deles, o governo de Fernando Haddad (PT) quer colocar iluminação e permitir os "rolezinhos" que jovens passaram a fazer em parques e shoppings desde dezembro.
A tarefa não vai ser fácil. O atual modelo de gestão em vigor desde 1980 não tem quase nenhuma supervisão da Prefeitura e, para acentuar o problema, há brechas legais que permitem a exploração dos espaços.
Nos últimos cinco anos, as entidades que comandam os CDCs receberam, com a ajuda de emendas de vereadores, grama sintética paga pela Prefeitura - o custo médio para um terrão ganhar a grama é de R$ 180 mil. A Prefeitura já gastou mais de R$ 5 milhões para aplicar a grama sintética e construir vestiários nos CDCs desde 2008.
Só que, após as reformas, os clubes continuaram geridos por associações e sem nenhum tipo de fiscalização. Parte deles passou a funcionar como empresas que alugam campos de futebol society, com bar, campeonatos fechados, shows de samba e churrasco.

 

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