GCM é acusada de reprimir Batalha de MC’s na Nicola Vivilechio

O clima de tensão entre a Guarda Municipal e integrantes da Batalha de MC’s na Praça Nicola Vivilechio, acabou em acusação de repressão por parte da corporação, segundo os rappers. Na noite da última terça-feira (18), mais de cem jovens e adultos estavam reunidos na praça para cantar e dançar e acabaram “expulsos” de lá. “Fomos confundidos por fazer parte do Movimento Sem Terra (MST) e de um grupo de um vândalo que pichou um monumento da praça. Obrigados a sair da praça de maneira autoritária e ignorante, se não ‘o pau ia comer’. Eles nem quiseram saber o que realmente ocorria no local”, afirmou o organizador, Nego Puma.
Puma alega que o encontro de MC’s acontece desde 8 de agosto de 2012, sempre às terças, na Praça. Antes da troca de secretário, ele foi recebido por Ali Sati, teria saído de lá com uma autorização e na terça seguinte, o encontro teve a presença da GCM que pediu a autorização. “Entreguei e eles disseram que não servia por falta de comunicação entre eles [da secretaria de Segurança e a secretaria de Cultura”, frisou.

Devido ao não entendimento entre a segurança e a cultura, o grupo seguiu a Batalha na calçada do Cemur, até o final do ano. Ele ressaltou que tentou por algumas vezes se reunir com o secretário de Cultura, Laércio Lopes para conseguir uma autorização para a realização do encontro, mas não conseguiu. “Com a falta de posição sofremos repressão, sem motivos, porque até vídeo do nosso encontro a prefeitura fez”, frisou.
No vídeo da prefeitura de 6:29, postado em 30 de outubro do ano passado, é possível assistir a batalha dos MC’s na praça. Na descrição consta: “Happers de Taboão da Serra e região se reúne todas as terças-feiras para a Batalha de MC's na tradicional Pç. Nicola Viviléchio do centro da cidade”. Ao todo o vídeo foi visualizado 465 vezes. (veja aqui). Nesta data, o secretário de Cultura era o Ali Sati, Laércio Lopes, assumiu a pasta no mês seguinte (dezembro).
A reportagem apurou que na ocasião, a GCM prendeu um vândalo por dano ao patrimônio público. Ele teria pichado o monumento da Bíblia que fica na praça. Devido o encontro reunir  dezenas de pessoas, a corporação, para garantir que não haveria mais baderna, teria solicitado que o grupo fizesse o evento outro dia, com autorização da secretaria de Cultura. Puma afirma que o detido, nada tem haver com seu grupo.

Entre o grupo que o vândalo pertencia houve briga, socos e chutes. A reportagem constatou que eles estavam em um lado da praça, perto do monumento e da Batalha de MC’s em outro canto, bem próximo ao Cemur, que realizou naquela noite a sessão solene pelo aniversário da cidade, de 55 anos celebrado na quarta, dia 19. Foi constado ainda, por volta das 23h50, quatro jovens, um deles machucado e com um pedaço de pau, a procura de alguém. Por questão de segurança a reportagem foi embora, sem esperar desdobramentos.
Na rede social Facebook, a ação da GCM foi amplamente criticada. “Repressão em Taboão a gente vê de montão. Um absurdo este governo tratar artistas desta forma. Falta de respeito, humanidade e solidariedade. A Sociedade está cansada disso. A Batalha TSP que já é realizada a mais de um ano e meio sofreu repressão na terça. Temos que nos organizar e fazer uma revolução logo. Aceitar esse tipo de coisa não dá mais não”, disse Márcia Figueiredo.

Continua

O grupo da Batalha de MC’s pretende continuar com os encontros na praça. “Querendo ou não a batalha ocorre. Mesmo sem aparelhos. Faremos no gogo [voz, garganta]. Estamos em reunião sobre como vamos reagir, mas deixamos bem claro que não vai ficar assim”, disse Puma.
Na quinta, ele afirmou que esteve no protocolo, pediu uma autorização solicitando para que seja feita a batalha na praça. A resposta deve sair dentro de 30 dias.

Outro lado

Entramos em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura por e-mail solicitando uma nota oficial da Guarda Municipal, porém até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.
Em contato com Laércio, ele informou que vai tentar acertar o que for melhor para todos, reafirmando que “está sempre disposto a conversar”. Afirmou que não ficou sabendo da acusação de repressão, porém ressaltou que vai conversar com o grupo e se possível chamar o representante (secretário de segurança, Gerson Brito) para a reunião. “Todos os movimentos pacíficos serão respeitados”, frisou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário